Compulsão por exercícios físicos
Não ignore este comportamento de risco
Exercitar-se nem de longe parece ser algo prejudicial. Claramente, na mente da maioria, o exercício é uma coisa boa e, falando no aspecto geral, o mundo precisa se exercitar mais.
Na verdade, muitos médicos hoje argumentam que a falta de exercício está causando sérios problemas de saúde em jovens e adultos. No entanto, parece haver muita confusão a respeito de quanto é o suficiente ou o considerado excessivo.
Psicólogos e pesquisadores em geral apontam que tal comportamento pode se tornar viciante e perigoso.
Algumas pessoas usam o exercício como uma forma de purgar seus corpos depois de terem comido compulsivamente, assim como pessoas com transtornos alimentares, vomitam, tomam diuréticos ou laxantes quando se sentem “cheias”.
Então quer dizer que o excesso de uma coisa boa também faz mal?
Há um abismo social mais amplo quando se trata da quantidade de exercícios. Em uma extremidade do espectro, há o obeso (excesso de uma coisa boa – comida). No outro extremo, os extreme-fit (excesso de outra coisa boa – exercício).
Todos nós concordamos que a obesidade faz mal. Mas e com relação aos exercícios físicos? Olhando de fora, ser viciado em academia parece ser aceitável, ou até mesmo um vício saudável.
Porém, a quantidade de exercícios não é sinônimo de saúde. Muitas outras variáveis determinam a saúde de uma pessoa: nutrição, felicidade, realização – não apenas um tanquinho sarado.
Compulsão por academia: quem corre riscos?
As vítimas mais prováveis de exercício compulsivo são mulheres entre a adolescência e a fase adulta. Mas o transtorno do exercício compulsivo, também conhecido anorexia atlética, afeta tanto homens como mulheres.
Muitas vezes estas pessoas são instigadas inadvertidamente por treinadores e preparadores físicos que fazem um discurso repleto de elogios, dizendo-lhes que estão ficando cada vez melhores, levando-os para o excesso de exercício.
Aqueles que são atletas também podem ser mais vulneráveis ao exercício compulsivo, porque estão acostumados a trabalhar mesmo com dor – e muitas vezes são condicionados a ir em frente, independente de qualquer outro fator.
Sinais de alerta para o vício em exercícios físicos
As psicólogas Heather Hausenblas(Ph.D) e Danielle Symons Downs(Ph.D) criaram uma lista interessante, compilando a chamada Escala de Dependência de Exercícios Físicos para avaliar a tendência do indivíduo ao mal.
De acordo com elas, os exercícios se tornam compulsivos, e não mais saudáveis, quando apresenta-se os seguintes sintomas:
- Tolerância: precisa se exercitar cada vez mais para conseguir os mesmos efeitos.
- Abstinência: agitação, fadiga e tensão se você não malhou.
- Autodosagem: Exercitar-se por mais tempo do que o pretendido na maioria das vezes.
- Descontrole: dificuldade em diminuir a duração e a intensidade dos exercícios, gerando assim sentimentos de ansiedade.
- Tempo: passar a maior parte do dia em atividades relacionadas à academia.
- Diminuição do interesse por outros aspectos: a academia afeta outras áreas da vida (social, profissional, relacionamentos).
- Continuidade (apesar de lesionado): treinar mesmo se está machucado ou doente.
As consequências da compulsão por exercícios físicos
Existem inúmeras consequências negativas, que variam de moderado ao potencialmente nocivo, incluindo:
- Dores nas canelas;
- Lesões musculares;
- Lesões articulares;
- Perda de massa muscular;
- Distensões musculares;
- Tensões musculares;
- Fadiga;
- Batimento cardíaco irregular;
- Alargamento e endurecimento do tecido do coração;
- Acúmulo de uma “placa” arterial que restringe o fluxo sanguíneo, levando ao infarto;
- Diminuição da absorção do oxigênio;
- Redução da densidade óssea;
- Falência dos rins.
Tratamento
Os Psicólogos
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Pessoas que sofrem deste transtorno precisam buscar ajuda de psicólogos, da mesma forma como aqueles que sofrem de bulimia ou anorexia.
O próximo passo é definir metas para afastar-se desse comportamento, aprendendo os avisos do seu corpo, que pede por socorro.
Procure um psicólogo especializado em compulsões ou transtornos alimentares para dar início a um processo terapêutico. Estes são os profissionais mais indicados para tratar da saúde mental e emocional desta situação.
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Fontes: http://www.personal.psu.edu/dsd11/EDS/EDS21Manual.pdf
*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.
Autor: Thaiana Filla Brotto
CRP 06/106524 – 6ª Região
FORMAÇÃO
Psicóloga formada em 2008 pela PUC-PR, com pós-graduação pela USP em Terapia Comportamental e pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental pelo ITC.