Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Amanda Marques Pereira dos Santos - Psicólogo CRP 06/185640
Desde os tempos mais antigos, os mitos exerceram um papel essencial na vida humana. Muito além de meras histórias fantásticas, eles operam como mapas simbólicos que nos ajudam a compreender a realidade, a lidar com o mistério da existência e a formar nossa identidade psíquica.
Na psicologia, especialmente a partir da perspectiva junguiana, os mitos são entendidos como expressões profundas da psique coletiva.
O que são mitos? Muito além de histórias antigas
Mitos são narrativas simbólicas que explicam origens, rituais, valores e mistérios da vida. Estão presentes em todas as culturas e épocas, e apesar das diferenças externas, muitos compartilham estruturas semelhantes. Isso acontece porque eles tratam de temas universais como nascimento, morte, amor, medo, transformação, identidade e transcendência.
Assim, ao contrário do senso comum que associa mito à mentira ou fantasia, na psicologia, o mito é uma expressão da verdade simbólica — algo que não precisa ser literal para ser profundamente verdadeiro em termos emocionais e arquetípicos.
A relação entre mito e psique
Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, foi um dos principais teóricos a afirmar que os mitos refletem conteúdos do inconsciente coletivo. Então, segundo ele, os mitos são manifestações simbólicas dos arquétipos, estruturas universais que organizam nossa experiência psíquica.
Arquétipos: estruturas da alma humana
Arquétipos são formas primordiais, padrões inatos que moldam nossa maneira de perceber, sentir e agir. O herói, a mãe, o velho sábio, a sombra — todos são arquétipos que se expressam nos mitos e nos sonhos. Assim, cada mito que escutamos ou contamos ativa, em algum nível, essas imagens internas que fazem parte da nossa própria constituição psíquica.
Por isso, escutar ou estudar mitos não é apenas conhecer histórias de outros tempos, mas também entrar em contato com aspectos profundos de nós mesmos.
A linguagem simbólica como ponte entre consciente e inconsciente
Os mitos falam a linguagem dos símbolos, que é a mesma linguagem do inconsciente. Quando escutamos uma narrativa mítica, ela nos toca de forma emocional e intuitiva, mesmo que não compreendamos racionalmente todos os seus significados. Essa experiência simbólica facilita o diálogo entre as partes conscientes e inconscientes da psique, favorecendo a integração e o autoconhecimento.
Então, se você sente que certos temas se repetem em sua vida, em sonhos ou padrões emocionais, um psicólogo pode ajudar a interpretar esses conteúdos simbólicos com profundidade e cuidado.
A função orientadora dos mitos
Os mitos funcionam como norteadores da existência. Eles oferecem um senso de pertencimento, uma estrutura para compreender o mundo e um guia para as fases da vida. Assim, através das histórias míticas, aprendemos sobre coragem, medo, perda, amor, crescimento e renascimento.
Mitos como roteiros de vida
Muitos mitos antigos apresentam estruturas que coincidem com os ciclos humanos: nascimento, infância, desafios, iniciações, crises, maturidade, morte simbólica e renascimento. Então, quando vivemos momentos difíceis, inconscientemente buscamos narrativas que nos ajudem a entender onde estamos e o que pode vir a seguir. Os mitos cumprem exatamente essa função: nos ajudam a dar sentido à experiência.
O mito pessoal
James Hillman, psicólogo pós-junguiano, falava sobre a importância de descobrir o “mito pessoal” — a narrativa simbólica que estrutura nossa vida em particular. Segundo ele, cada pessoa vive um mito único, e descobrir qual é essa história pode trazer clareza, propósito e autenticidade à existência.
A psicoterapia é um espaço privilegiado para explorar o seu mito pessoal e compreender como ele influencia suas escolhas e emoções.
O mito como espelho da sombra e da transformação
Muitos mitos contêm figuras monstruosas, labirintos, deuses ambíguos ou heróis que falham. Esses elementos falam diretamente da sombra, conceito junguiano que representa os aspectos rejeitados ou inconscientes da personalidade. Enfrentar o monstro do mito é, simbolicamente, enfrentar aquilo que evitamos em nós mesmos.
Mitos de descida e renascimento
Histórias como a de Perséfone, Inanna ou Orfeu nos mostram figuras que descem ao submundo, vivem experiências de morte simbólica e retornam transformadas. Esses mitos nos ajudam a entender processos de crise, luto, depressão e mudança — etapas inevitáveis e, muitas vezes, necessárias na construção da psique.
O herói imperfeito
Diferente dos super-heróis modernos, os heróis míticos costumam ser falhos, humanos e contraditórios. Hércules comete erros, Ulisses se perde, Prometeu sofre. Essas figuras nos ajudam a acolher nossas próprias fragilidades e a perceber que o verdadeiro crescimento passa por enfrentar o desconhecido — dentro e fora de nós.
Se você está vivendo um momento de crise ou transformação, procure um psicólogo para ajudar a interpretar os símbolos desse momento e construir novos significados.
O mito na infância e na formação da identidade
Na infância, os contos de fadas e mitos infantis exercem um papel essencial no desenvolvimento emocional. Através das histórias simbólicas, a criança entra em contato com questões como medo, coragem, justiça, abandono e esperança, de forma segura e acessível.
O simbolismo das histórias ajuda a criança a elaborar emoções complexas e a desenvolver empatia e imaginação. Contar histórias é, portanto, uma prática terapêutica e formativa desde os primeiros anos de vida.
Mitos modernos: onde estão os deuses hoje?
Os mitos não desapareceram com o tempo — eles se transformaram. Hoje, podemos encontrar narrativas míticas em filmes, séries, livros e até mesmo nas figuras públicas que simbolizam ideais ou conflitos sociais. A mitologia antiga cede lugar a mitos modernos, mas a função simbólica permanece.
Super-heróis, sagas futuristas, jornadas de autoconhecimento, distopias e narrativas épicas continuam a encantar e provocar reflexões profundas. Jung dizia que a psique nunca deixa de criar mitos; ela apenas muda a roupagem das histórias.
A análise psicológica desses novos mitos pode revelar muito sobre a cultura em que vivemos e sobre os conflitos internos de cada indivíduo. Um psicólogo pode ajudar a ler essas histórias com outro olhar.
A psicoterapia como espaço para o mito pessoal
Durante a psicoterapia, muitos pacientes compartilham sonhos, imagens, sentimentos ou narrativas que, quando interpretadas simbolicamente, revelam arquétipos e estruturas míticas.
O processo terapêutico se torna, então, uma jornada simbólica semelhante à dos antigos mitos: há desafios, encontros com a sombra, guias interiores, momentos de transformação e renascimento.
A escuta clínica sensível ao simbólico permite que o paciente vá além do discurso racional e acesse camadas mais profundas da psique, elaborando conflitos internos com maior autenticidade.
O poder curativo do símbolo
Os símbolos têm o poder de conter opostos, de sintetizar contradições e de abrir portas para o inconsciente. Quando nos conectamos com um símbolo significativo — seja em um mito, um sonho, uma imagem ou uma sensação — iniciamos um processo de reorganização interna.
Essa reorganização não é imediata, mas pode ser profundamente transformadora. O símbolo atua como ponte entre o que sentimos, mas não conseguimos nomear, e a possibilidade de dar sentido a essa experiência.
Por isso, trabalhar com símbolos é também trabalhar com o que há de mais humano e verdadeiro em nós. Se você sente que está vivendo um conflito interno difícil de explicar, talvez seja hora de buscar auxílio psicológico. Procure um profissional da Psicólogos Berrini.
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