Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Luzia Fatima de Andrade Lobato - Psicólogo CRP 06/119285
Você sabia que falta de atenção pode ser sintoma de depressão? Você está com dificuldade para se concentrar em uma tarefa ou esquece coisas com frequência, desde aquelas com pouca importância até as muito importantes?
Falta de atenção e esquecimento podem não se parecer com sintomas da depressão, mas existe uma conexão entre eles.
Pessoas depressivas têm mais problemas para prestar atenção e reter novas informações em comparação às que não sofrem com a doença. Elas podem cometer erros no trabalho com maior frequência, levar mais tempo para concluir tarefas e ter dificuldade para aprender coisas novas.
Como muitas pessoas desconhecem esse fato, elas acabam convivendo com a desatenção por muito tempo. A ajuda de psicólogos costuma somente ser procurada quando a situação se torna insustentável.
Como a depressão afeta a concentração?
Uma das causas da depressão é a irregularidade na química do cérebro. A baixa produção de serotonina (neurotransmissor do bem-estar e felicidade), por exemplo, é a responsável pela tristeza e mal-estar contínuos.
Essas irregularidades também afetam outras áreas do cérebro, causando disfunções cognitivas. Em outras palavras, a maneira como os neurônios passam informações uns aos outros é afetada negativamente. Como resultado, o cérebro passa a funcionar de maneira atípica.
Uma pessoa depressiva pode apresentar disfunções cognitivas no aprendizado, memória, velocidade de processamento de informação, falta concentração e desatenção por conta disso.
O deficit na atenção costuma causar muitos incômodos no dia a dia. A pessoa depressiva pode receber feedbacks negativos em relação ao seu desempenho profissional ou comportamento em casa. Logo, fica ainda mais chateada e frustrada consigo mesma.
Essa situação pode incentivar mais pensamentos e condutas disfuncionais, agravando a depressão e a falta de atenção.
Este artigo científico identificou, ainda, que a desatenção pode interferir na capacidade de tomada de decisão de pessoas depressivas. Isso acontece porque a falta de atenção prejudica o aprendizado de associações de recompensa.
Ou seja, o indivíduo tem dificuldade para distinguir quais recompensas terá ao tomar uma decisão. Dessa maneira, leva mais tempo para se decidir ou faz escolhas que acabam causando prejuízos a ele.
O mesmo estudo também descobriu que diferentes estados de humor podem agravar a falta de atenção. O humor positivo melhora a cognição, contribui para a criatividade e promove padrões de pensamento flexíveis.
Já o humor negativo prejudica as funções cognitivas. Como a depressão estimula estados de humor tristes, irritados e desanimados, a atenção da pessoa depressiva dispersa com mais facilidade.
Sinais de falta de atenção causada pela depressão
A princípio, a falta de atenção e perda de memória podem ser um tanto incômodas, mas não causar danos consideráveis à vida do indivíduo. Com o tempo, contudo, podem evoluir e começar a atrapalhar a vida profissional, social e amorosa dos indivíduos.
Quem sofre com desatenção pode encontrar dificuldades nas seguintes áreas:
- Não conseguir se concentrar ao receber instruções, levando ao esquecimento durante a execução da tarefa;
- Ter dificuldade para passar instruções às outras pessoas;
- Receber comentários sobre estar desinteressado no trabalho ou relacionamentos por conta da desatenção;
- Ter que se esforçar mais para não se distrair se outras coisas estiverem acontecendo no ambiente;
- A compreensão de leituras pode ser desafiadora;
- Elencar os pensamentos de maneira lógica enquanto escreve também pode se tornar um desafio;
- Ter dificuldade para se concentrar enquanto dirige; e
- Novas informações são processadas lentamente ou não são processadas, fazendo com que o indivíduo busque a mesma fonte de informação várias vezes.
Diversas condições podem causar falta de atenção, como o transtorno de deficit de atenção, a ansiedade, a síndrome de burnout, entre outros. Assim, é preciso identificar a existência de outros sintomas para diferenciá-las.
A desatenção não é o único sintoma da depressão. Pensamentos negativos, tristeza constante, dificuldade para dormir, sensação de desesperança, cansaço inexplicável, irritabilidade, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, ganho ou perda de peso e vontade de se isolar também afetam o comportamento das pessoas depressivas.
Sendo assim, além de ter falta de atenção, a pessoa depressiva experiencia uma série de sintomas psicólogos e físicos. A intensidade de cada um pode variar de indivíduo para indivíduo.
Não consigo me concentrar e agora?
A falta de atenção tem prejudicado a sua vida? Você percebeu uma diminuição considerável não apenas da sua capacidade de se concentrar, mas também do seu humor? Então, você pode estar com depressão!
Primeiramente, consulte um psicólogo ou psiquiatra e compartilhe as suas experiências negativas associadas à desatenção. Esses profissionais são capazes de lhe dar um diagnóstico e recomendar um tratamento adequado para a depressão – ou outra condição que esteja afetando o seu comportamento.
Em segundo lugar, saiba que você pode continuar estudando ou trabalhando mesmo com essa dificuldade. A depressão costuma fazer com que as pessoas se tornem as suas piores inimigas, criticando cada decisão, conduta e, sobretudo, erro. Tente combater essa mentalidade, se parabenizando por estar fazendo o melhor que consegue.
Você pode adotar estratégias para amenizar a desatenção, perda de memória e outras disfunções nas funções cognitivas no seu dia a dia. Algumas delas podem ser encontradas abaixo:
1. Crie um ambiente propício para a concentração
Assuma o controle sobre as situações que lhe causam desconforto por conta da desatenção. Muitas pessoas se frustram consigo mesmas por conta de seus erros e “raciocínio lento”, por isso, acabam sendo duras demais com suas limitações.
Se você se sente assim, compreenda que a desatenção é um dos sintomas da depressão, a qual pode ser erradicada através do tratamento dessa condição.
Para tornar o seu cotidiano menos penoso, você pode, por exemplo, oferecer para a pessoa com quem você está interagindo para vocês conservarem em um local com distrações mínimas.
Outra dica é pedir para colegas de trabalho passarem instruções com mais precisão e em locais e/ou momentos mais oportunos, como em uma sala de reunião ou durante o horário de almoço.
2. Faça anotações
Desenvolva o hábito de anotar as suas pendências. Pode ser em um bloco de notas, agenda ou aplicativo. O importante é ter fácil acesso às suas anotações para revisitá-las quando necessário.
Faça listas com seus afazeres diários e semanais para não deixar nada importante passar. Se precisar, determine horários para executar cada tarefa, considerando quais compromissos você precisa atender. Você pode usar cores diferentes para destacar cada item de acordo com a urgência.
Outra forma de ajudar a si mesmo a lembrar de compromissos é fazer anotações em post-itscoloridos e colocá-los em ambientes visitados frequentemente, como na geladeira, em murais de fotografias, no monitor do computador, entre outros.
Durante reuniões no trabalho e no decorrer do andamento de projetos profissionais, anote os pontos importantes e tarefas delegadas a você.
3. Estabeleça uma rotina
A rotina é fundamental para quem tem depressão. Ela ajuda indivíduos a manterem o ritmo normal das atividades diárias mesmo quando o desânimo e desinteresse são intensos. Deste modo, eles conseguem manter um estilo de vida funcional e combater a vontade de se isolar.
Ter uma rotina pode, ainda, melhorar a sua capacidade de manter a atenção no restante do dia. Preparar o café, escovar os dentes, arrumar a cama, pentear o cabelo… Todos são hábitos realizados no automático, ou seja, você não precisa pensar muito sobre eles durante sua execução.
Ao gastar pouca energia para conclui-los, você pode se concentrar em assuntos mais urgentes no restante do dia. Uma rotina consistente também reduz a possibilidade de imprevistos acontecerem e distrai-lo do que é importante, além de diminuir o estresse.
4. Converse com seu chefe/professores
Converse com seu chefe ou supervisor sobre a situação pela qual você está passando. Cada vez mais empresas estão compreendendo a importância de cuidar da saúde mental dos funcionários, portanto, você pode se surpreender ao compartilhar suas dificuldades.
Se você está estudando, seja na graduação ou pós, converse com seus professores sobre a sua desatenção. Eles podem compartilhar conselhos e recursos úteis para ajudá-lo nessa fase delicada da sua vida, especialmente se você estiver escrevendo seu TCC ou tese.
5. Faça intervalos
A depressão pode levá-lo a acreditar que você deve estar sempre na ativa. Caso contrário, estará desperdiçando tempo e confirmando o fato de que você é incompetente. Afinal, você não deveria estar se esforçando mais?
Essa sensação desagradável pode ser mais forte quando você estiver desanimado, triste ou desinteressado em prosseguir com a sua rotina. Entenda que todos precisam descansar para recuperar energias e entregar um trabalho satisfatório.
Não se sinta mal se precisar fazer um intervalo. Aproveite para fazer uma atividade relaxante nesse período e voltar ao trabalho com humor revigorado.
Conclusão
A depressão pode se apresentar de diversas formas, e por isso é muito importante dar atenção aos sinais. Entender o contexto de vida de cada pessoa também é muito importante para identificar outras possíveis questões emocionais que podem se desencadear ao longo dos anos.
Buscar o auxílio de um psicólogo é a melhor alternativa para obter todas as informações necessárias, além de entender os possíveis tratamentos para cada caso.
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Autor: psicologa Luzia Fatima de Andrade Lobato - CRP 06/119285 Formação: Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e pós-graduada em Saúde Mental. Possui vasta experiência em atendimentos para adultos e casais, com foco em demandas como ansiedade, estresse no trabalho, conflitos familiares, depressão, questões emocionais como autoestima e autoconfiança…
Cara Doutora Thaiana!
Sim, gostei muito do assunto tratado neste Artigo/Vídeo. Sou afetado pela desatenção. No meu caso, não vinculo à depressão, mas, sim, a ansiedade e timidez. Estas me acompanham desde a infância.
Pelas informações que tenho sobre depressão, não acredito tê-la. Como todo ser humano, tenho momentos de tristeza, angústia, decepção, raiva etc. Deixam-me muito insatisfeito, mas passam.
A desatenção retarda, por exemplo, a execução de atividades intelectuais. Tenho dificuldade de fazer silêncio mental. Dificilmente, faço uma atividade, intelectual ou não, com o foco só nela. Preciso cumprir a assertiva: “Faça aquilo que está fazendo”. Preciso aplicar a atenção plena ou mindfluness
Muito obrigado, Doutora Thaiana, por mais esta Aula!
Forte abraço,
Luís Monteiro.
Obrigada pelo seu comentário!