Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos em São Paulo e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada.
O luto pode ser descrito como o período entre a morte de um ente querido e a redescoberta de um novo sentido para a vida. Mas, como lidar com o luto?
Geralmente, a pessoa enlutada fica perdida, sem saber o que fazer após a perda.
De que modo poderá viver agora que o ente querido não se encontra ao seu lado?
À medida que consegue processar as emoções oriundas da perda, ela volta a se sentir segura e pronta para encarar a vida mesmo sem a presença daquela pessoa especial.
Mas, esse processo não é tão simples e normalmente ocupa um período significativo e longo da vida de quem perdeu alguém importante.
Segundo psicólogos, para lidar com o luto, é preciso se permitir viver todas as fases para chegar ao momento de redescoberta do propósito de vida.
A perda de alguém querido
A morte de uma pessoa próxima pode ser devastadora.
Afinal, é sempre uma ocasião triste quando precisamos nos despedir de alguém tão importante para nós e que impactou profundamente a nossa vida.
Com a ausência, vem a saudade, a tristeza e o medo do desconhecido.
Como prosseguir sem a companhia daquela pessoa?
É costumeiro sentir a sua falta em todos os ambientes da casa, nas conversas do dia a dia e nos momentos em que você precisa de consolo.
Assim, em meio a todos esses sentimentos e divagações, a possibilidade de seguir em frente sem a pessoa querida pode parecer impossível.
Mas, à medida que os dias passam e as emoções perdem a intensidade, as pessoas voltam a si e começam a, conscientemente ou não, buscar maneiras de lidar com o luto.
As pessoas normalmente não são ensinadas a lidar com as emoções de uma perda, principalmente quando não sofrem perdas significativas em sua vida.
Então, quando chega o momento, grande parte delas não sabe como reagir de modo a preservar a sua saúde mental.
Os sintomas do luto
A psiquiatra suíça-americana Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004)foi a primeira a estudar como a perda de alguém querido e a proximidade com a morte afeta as pessoas.
A médica dedicou anos da sua vida ao estudo da morte e trabalhou com pacientes terminais de câncer e AIDS na tentativa de tornar o atendimento médico para esses casos mais humano.
Em seu livro “Sobre Morte e Morrer”, de 1969, ela definiu os cinco estágios do luto.
Pessoas enlutadas costumeiramente passam por esse processo, mas não precisam fazê-lo de maneira ordenada nem passar por todos eles.
Sendo assim, os cinco estágios do luto não são uma regra, mas, sim, um direcionamento para nós entendermos como as pessoas reagem à morte.
Estágios do luto
O luto pode ser descrito, por exemplo, como um processo que passa por estágios, também chamado de fases do luto, que são:
- Negação: Período inicial, vivido logo após a morte da pessoa querida, em que se entra em negação na tentativa de se proteger da realidade desconcertante. A pessoa não aceita a perda do ente querido e procura afastar quaisquer pensamentos que remetam a isso.
- Raiva: A raiva costuma vir logo depois e é marcada pela sensação de que uma injustiça foi cometida. A pessoa enlutada percebe que não pode mais negar o fato. A perda realmente aconteceu, então ela fica com raiva e inconformada, podendo até mesmo ser levada a questionar as suas crenças religiosas.
- Barganha: Esse estágio é mais comum em pacientes de doenças terminais. Eles tentam barganhar a própria saúde com um ser superior ou almejam uma cura divina, milagrosa.
- Depressão: A depressão aparece quando a pessoa, ainda não totalmente conformada com a sua realidade, se entristece com a perda. Ela pode permanecer nesse estágio por dias, semanas ou meses consecutivos.
- Aceitação: Por fim, a pessoa aceita a morte do ente querido após externar a angústia, raiva, tristeza e frustração. Quando todas as emoções negativas são propriamente digeridas, ela consegue ter uma visão mais lógica do acontecimento.
Como lidar com a morte de alguém querido?
Cada pessoa responde ao luto à sua maneira. Portanto, lidar com o luto é um processo individual e sem receita mágica.
Algumas possuem uma boa relação com a sua própria mortalidade, então encaram a morte com mais leveza.
Embora fiquem tristes quando alguém se vai, conseguem lidar bem com essa situação.
Já outras pessoas, por exemplo, levam muito tempo para conseguirem superar a morte de um ente querido.
Elas lamentam não terem feito nada para ajudar, não terem dito o que gostariam de dizer a tempo, e não terem tentado remediar o laço entre elas e o ente querido antes.
Esses pensamentos permeiam as suas mentes, dificultando o processo de aceitação da perda.
Há, ainda, pessoas que nunca conseguem seguir adiante. Elas ficam presas às memórias e acreditam que não serão felizes novamente após a morte do ente querido.
Viver preso ao passado, no entanto, não é saudável para a saúde mental e tampouco ajuda a digerir os sintomas do luto.
Cada pessoa, então, responde ao luto de acordo com as suas crenças, personalidade e alcance emocional.
Não podemos fazer comparações, ou exigir que uma pessoa supere o seu luto na velocidade a qual nós achamos conveniente.
Afinal, todo mundo tem o direito de processar cada fase à sua maneira.
Para lidar com o luto de uma maneira saudável, contudo, é possível recorrer a ajuda de um psicólogo.
Como o luto pode se tornar incapacitante e desencadear a depressão, é ideal buscar atendimento psicológico ao perceber que os sintomas estão interferindo na vivência diária.
Entre outras atitudes que se pode tomar para lidar bem com o luto estão:
1. Permita-se ficar triste
Passar pelos estágios do luto sem culpa é essencial para a digestão das emoções negativas.
Então, permita-se chorar, ficar introspectivo, desabafar e sentir raiva e frustração.
Você pode sentir a necessidade de forçar um sorriso de vez em quando para não preocupar as outras pessoas ou não pesar a atmosfera do ambiente de trabalho.
Mas, permita-se ficar triste porque você, de fato, está triste.
Todavia, se perceber o prolongamento dessas emoções por muitas semanas e, por conseguinte, notar a deterioração da sua saúde mental, não hesite em procurar ajuda profissional.
A terapia pode ajudá-lo a lidar com as suas emoções da maneira adequada.
2. Não se apegue à culpa
A culpa é um sentimento que se instala mesmo quando não há necessidade para tal.
Quando um ente querido morre, as pessoas podem se sentir culpadas por inúmeras razões: não terem o ajudado ou o amado suficiente enquanto estava aqui, não terem sido mais presentes em sua vida, não terem dito tudo o que gostariam de dizer, entre outras.
O problema desses devaneios é que eles não possuem utilidade, além de causarem mais tristeza, raiva e inconformidade.
Então, não se apegue a esse sentimento.
A aceitação liberta as pessoas da culpa desnecessária e incentiva a seguir adiante.
3. Se despeça da pessoa querida
Nem sempre conseguimos nos despedir das pessoas queridas. A morte é uma das muitas imprevisibilidades da vida, podendo acontecer a qualquer momento.
Por isso, essa é uma das razões pelas quais as pessoas se sentem tão perdidas quando alguém próximo parte.
Sendo assim, faça a sua própria despedida.
Os rituais são importantes neste momento.
O velório, por exemplo, é um ritual de despedida cuja intenção é levar consolo para familiares e amigos.
Então, se você não conseguiu se despedir nessa ocasião, despeça-se da pessoa querida à sua própria maneira.
Você pode fazer isso em pensamento ou escrever uma carta para expressar os seus sentimentos.
4. Revisite as memórias boas
Revisite os bons momentos e as alegrias compartilhadas com o ente querido.
Relembre-se das características que você mais gostava nele e o porquê de ele ser uma pessoa tão especial na sua vida.
Retorne às suas memórias sempre que sentir saudades e agradeça por ter tido oportunidade de participar da sua vida.
Você também pode se perguntar se, de acordo com as crenças e personalidade dele, ele iria aprovar que você prolongasse a sua tristeza por tempo indeterminado e deixasse de viver a sua vida.
É provável que não, não é mesmo?
5. Reorganize-se para voltar à ativa
Confira no nosso guia completo sobre psicólogo e terapia. Nele você encontrará dicas de como selecionar o psicólogo certo para você.
Os dias seguintes a perda podem ser de uma angústia imensurável.
Assim, você pode ser levado a acreditar que será impossível voltar a viver normalmente depois disso.
Mas, como dizem, “o tempo é o melhor remédio”.
Você eventualmente voltará a sentir disposição para encarar os seus dias, mesmo que ainda carregue um pouco de melancolia no peito.
Até esse momento chegar, você pode trabalhar em reorganizar a sua vida.
Isso significa voltar ao trabalho, revisitar projetos pelos quais você é apaixonado, encontrar outras pessoas queridas e aprender a conviver com a saudade.
Outros artigos com Tags semelhantes:
- Como lidar com o luto
O ser humano não lida bem com o desconhecido. Costumamos temer tudo o que não dominamos muito bem ou nunca tivemos contato e, quando o assunto é morte, nossa [...]
- As fases da infância precisam ser respeitadas
O desenvolvimento infantil é dividido em diversas fases, também conhecida como fases da infância. Sendo assim, a criança passa por pequenos estágios em que a sua personalidade, conhecimento, habilidades [...]
- Vícios e relações familiares: como lidar?
É compreensível que casos de dependência despertem um misto de sentimentos no âmbito familiar. Saber que alguém querido desenvolveu um vício, bem como observá-lo a lutar contra os efeitos [...]
Autor: psicologa Natalia Queiroz Nunes de Oliveira - CRP 06/117294Formação: Especialista em TCC - Terapia Cognitiva Comportamental, com foco em terapia individual para adultos, terapia de casal e demandas como ansiedade, conflitos conjugais, estresse, depressão e carreira. Com formação em Inteligência Emocional, cursa especialização em…
Obrigado thaiana pelo artigo, da perda de um entendimento querido publicado outro abraço