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O Transtorno de Estresse Pós-Traumático pode ser descrito como uma resposta da mente a um ou mais eventos estressantes que, na época, despertaram grande sofrimento emocional, físico ou psicológico.
Todas as pessoas carregam consigo uma parcela de memórias boas e ruins. Cada uma desperta emoções, sensações e pensamentos específicos. Enquanto é fácil conviver com lembranças positivas, as negativas exigem mais de nossas competências emocionais. Algumas memórias são acompanhadas de traumas psicológicos que aprisionam as pessoas naqueles momentos ruins.
Para digerir os períodos de estresse do passado e impedir que eles afetem o aproveitamento do presente, é essencial buscar ajuda psicológica.
O que é Transtorno de Estresse Pós-Traumático?
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição caracterizada por reações intensas a determinadas situações ou gatilhos emocionais após a vivência de um evento traumático.
As pessoas são afetadas de modos diferentes quando passam por situações extremamente estressantes. Enquanto algumas lidam bem com as emoções e as memórias do ocorrido outras não conseguem digeri-las por completo. Assim, revisitam o período de estresse e sofrimento emocional inconscientemente.
Sentimentos de medo, desamparo, pânico ou horror ressurgem quando elas encontram gatilhos que remetem às sensações desagradáveis do passado, causando ataques de pânico e oscilações de humor.
A recorrência dos sintomas de TEPT dificulta a vida da pessoa traumatizada dado que ela pode ter problemas para viver situações comuns, como estudar, trabalhar, ir ao mercado, sair com amigos, viajar e ter um relacionamento.
Sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Os sintomas dessa condição são observados em diferentes graus dependendo da personalidade, controle emocional e fase da vida dos pacientes.
Eles não ocorrem simultaneamente e, dependendo do caso, uma pessoa pode ter mais sintomas físicos que emocionais ou vice-versa.
Além disso, para ser considerado transtorno de estresse pós-traumático, os sintomas devem persistir por mais de um mês. Caso contrário, a pessoa traumatizada pode estar sendo afetada pelo transtorno de estresse agudo, uma condição menos intensa que ocorre logo após o evento traumático.
Os sintomas podem desaparecer por conta própria à medida que a pessoa se reajusta à uma rotina saudável ou persistir por muitos anos, afetando múltiplas áreas de sua vida. Eles são compostos por:
- Sentimentos intrusivos: pânico, desespero e medo súbito ao encontrar um estímulo emocional em uma situação. Essa pode ser uma visita ao supermercado, uma conversa ou um filme;
- Pensamentos ansiosos: pensamentos incontroláveis de caráter negativo que causam grande ansiedade e vontade de fugir desses devaneios;
- Reações desproporcionais: reações disfuncionais motivadas pelo conjunto de sentimentos e pensamentos ansiosos. A pessoa também pode se lembrar subitamente do evento traumático e ter uma reação exagerada, a qual é incondizente com a realidade;
- Isolamento social: vontade de se isolar de amigos, familiares e qualquer contato social. A pessoa tenta evitar quaisquer gatilhos que a lembrem do trauma, por isso, escolhe se esquivar de interações sociais. A falta de contato social pode incentivar o desenvolvimento da depressão;
- Flashbacks: memórias recorrentes e involuntárias que retornam subitamente à mente da pessoa. Dessa forma, ela acredita estar vivendo a situação negativa novamente e pode ter reações incontroláveis;
- Amnésia dissociativa: dificuldade de se lembrar de partes significativas do episódio traumático; e
- Ataques de pânico: os sintomas previamente mencionados podem desencadear ataques de pânico frequentes.
Causas do estresse pós-traumático
O TEPT é desencadeado com a vivência de eventos altamente estressantes, os quais deixam fortes impressões nas pessoas. Podem ser acidentes de trânsito, tentativas de assalto, ferimentos graves, desastres naturais ou causados pelo homem, relacionamentos abusivos, violência doméstica, bullying, abuso e atos de violência.
Uma pessoa também pode desenvolver o estresse pós-traumático ao testemunhar um acontecimento negativo, como ver outras pessoas sofrendo lesões, acidentes ou violência.
A ciência ainda não consegue explicar o porquê de alguns indivíduos desenvolverem essa condição enquanto outros que passaram ou presenciaram ocorridos semelhantes não. Entretanto, tudo indica que a causa reside na capacidade individual de cada um de administrar o estresse.
Outra característica curiosa é que certas pessoas vivenciam diversos eventos traumáticos ao longo da vida ou em um curto período e não desenvolvem TEPT. No entanto, podem subitamente sofrer com os sintomas após um único episódio estressante muito tempo depois.
Sendo assim, é difícil pontuar exatamente quais situações causam estresse pós-traumático e quais não causam uma vez que a condição é vivenciada de modo diferente por cada pessoa. Eventos estressantes vivenciados na infância ou na adolescência, contudo, tendem a ser mais impactantes.
Tratamentos para o TEPT
O TEPT pode ser tratado por meio de fármacos e da psicoterapia. A primeira forma de tratamento é voltada para o controle de sintomas acentuados e combate de sintomas depressivos e ansiosos debilitantes. No entanto, para que a pessoa consiga digerir o acontecimento traumático, a terapia deve ser aliada a ela.
A abordagem mais indicada para esses pacientes é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) uma vez que ela faz uso da chamada terapia de exposição. Essa técnica auxilia a pessoa traumatizada a dar um novo significado ao acontecimento negativo, deixando de sentir ansiedade, medo e pânico quando se lembra dele.
O psicólogo pede que o paciente se imagine no local do evento traumático ou relembre o próprio evento. As memórias causam reações intensas e ansiedade incontrolável, por isso, é fundamental que um profissional supervisione o exercício. O paciente precisa sentir que, dessa vez, tem apoio tanto de pessoas queridas quanto do psicólogo para encarar a situação.
Esse método é executado de modo gradual para não causar reações que o paciente seja incapaz de administrar. O psicólogo observa a resposta do paciente ao tratamento e determina quando e como devem avançar na terapia de exposição. Ainda assim, ela é quase sempre acompanhada de sentimentos extremamente negativos nas primeiras tentativas.
Outros métodos terapêuticos também são utilizados ao longo da terapia. O psicólogo auxilia o paciente a cuidar dos seus relacionamentos prejudicados por conta do TEPT, retomar planos profissionais, controlar a ansiedade no cotidiano, entre outros.
Como lidar com os sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático?
Além da terapia, quem sofre dessa condição pode desenvolver determinados hábitos para ajudar a suavizar os sintomas e elevar a qualidade de vida.
Apesar do acompanhamento psicológico ser eficaz, a pessoa deve estar disposta a fazer mudanças em sua vida e recuperar-se do trauma para que ele seja conduzido apropriadamente. Em seguida, veja algumas formas de lidar com os sintomas do estresse pós-traumático no dia a dia.
1. Busque informação
Aprender sobre os sintomas do TEPT e como eles afetam a vida dos indivíduos com essa condição é fundamental para evitar sofrimento intenso. Eles podem causar confusão tanto para a pessoa traumatizada quanto para os seus familiares, atrapalhando o relacionamento entre eles.
A informação auxilia no controle emocional e na aceitação da própria condição, bem como incentiva a busca por tratamento. Da mesma forma, os familiares tendem a demonstrar mais apoio quando sabem do que se trata o transtorno de estresse pós-traumático e como ele influencia o comportamento da pessoa que passou pelo trauma.
2. Controle a ansiedade e o estresse
É essencial que a pessoa com estresse pós-traumático cuide de suas emoções. Para reduzir a ansiedade, os pensamentos negativos e as reações intensas, deve praticar exercícios de respiração e relaxamento com frequência.
Meditação, yoga, caminhada, leitura, terapia alternativas, como acupuntura, e o desenvolvimento de um passatempo produtivo ajudam a aliviar os sintomas no cotidiano.
3. Concentre-se em outras áreas da vida
A pessoa traumatizada deve compreender que a sua vida não precisa parar em razão de um acontecimento negativo do passado. Quando sentimentos desagradáveis surgirem com a lembrança do ocorrido, deve desviar a atenção para o presente e demais áreas promissoras de sua vida. Deste modo, conseguirá cultivar uma mentalidade positiva aos poucos.
Também pode dar continuidade aos seus objetivos pessoais e traçar novos para se manter motivada e com o foco no presente.
4. Monitore emoções e pensamentos
Confira no nosso guia completo sobre psicólogo e terapia. Nele você encontrará dicas de como selecionar o psicólogo certo para você.
Os seres humanos são criaturas de rotina. Fazemos muitas coisas sem prestar a devida atenção nelas. Assim, por vezes sentimos que nossos pensamentos e emoções são completamente inadministráveis. Isso não é verdade.
Para cuidarmos bem da nossa saúde mental, precisamos primeiro compreender quando a ansiedade, estresse e tristeza se manifestam. Sendo assim, a pessoa traumatizada pode praticar o monitoramento do humor e reações disfuncionais para desenvolver a autopercepção. Com essa habilidade, o que antes parecia incontrolável será facilmente administrado.
Para isso, anote situações que causam mudanças de humor, pensamentos negativos e condutas inapropriadas. Depois, reflita quais aspectos dessas ocasiões contribuíram para o descontrole emocional e determine como lidar com eles.
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Autor: psicologa Amanda Hyppolito Gasparini Carbinatto - CRP 06/149634Formação: A psicóloga Amanda Carbinatto é graduada em psicologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUCRS e Psicologia Hospitalar pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Possui ainda formação em Avaliação Psicológica...