Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Natalia Queiroz Nunes de Oliveira - Psicólogo CRP 06/117294
O diagnóstico de câncer de mama traz dúvidas e preocupação, além de um turbilhão de emoções para administrar. O enfrentamento de qualquer patologia grave, na verdade, causa perturbação emocional e psicológica. Por se tratar de uma situação desconhecida e que exige modificações no estilo de vida, precisamos gastar mais energia para nos adaptarmos às novas circunstâncias.
Segundo dados recentes do Instituto Nacional do Câncer, mais de 66 mil novos casos de câncer de mama foram contabilizados entre 2019 e 2020. O Outubro Rosa acontece anualmente para reduzir essa estatística através de atividades de conscientização e de prevenção do câncer.
Para mulheres que já receberam o diagnóstico, o movimento também é importante. Ele incentiva a disseminação de informações sobre a doença e o acesso ao tratamento digno. A campanha também busca fortalecer a saúde mental e a autoestima das mulheres diagnosticadas.
O que é Outubro Rosa?
O Outubro Rosa originou-se nos Estados Unidos por acaso.
Em outubro de 1983, no estado de Dallas, foi realizada a “Corrida pela Cura”. Mais de 800 mulheres correram para arrecadar fundos para a Breast Cancer Foundation e, assim, contribuir para as pesquisas acerca da doença. O laço rosa foi o símbolo da iniciativa.
Logo, associou-se a cor e o mês de outubro ao combate à doença. Ações preventivas e de conscientização passaram a ser feitas em diversos estados americanos e, com o passar dos anos, a campanha se fortaleceu e alcançou outros países. Hoje, o Outubro Rosa é uma importante campanha mundial.
O Brasil recebeu a primeira atividade do movimento em 2002, em São Paulo. O Obelisco Mausoléu do Soldado Constitucionalista foi iluminado na cor rosa para mobilizar as mulheres a cuidaram da saúde.
Como o câncer de mama afeta a saúde mental?
A descoberta do câncer de mama costuma abalar a autoimagem, a perspectiva de futuro e os relacionamentos próximos das mulheres. Para muitas, os seios são partes intrínsecas da feminilidade e a aparência deles impacta diretamente a autoestima.
Assim, o medo de perdê-los ou de danificá-los de alguma forma pode dominar os seus pensamentos. Questionamentos como “por que eu mereço passar por isso?” e “como será minha vida daqui para frente?” podem se tornar corriqueiros.
As subsequentes emoções, como a raiva, incredulidade, desespero e ansiedade, também dificultam a aceitação do diagnóstico. Como reagir diante de uma notícia negativa tão abrupta, afinal?
Do mesmo modo, as formas de tratamento (quimioterapia ou mastectomia) podem reduzir a presença da paciente na vida do parceiro, filhos, familiares, amigos e demais indivíduos de seu círculo social. Assim, ela pode se sentir sozinha ou sem importância. A sensação de inutilidade aumenta quando ela é afastada do trabalho.
As pessoas possuem necessidades sociais, psicológicas, emocionais e físicas, as quais garantem o bem-estar quando balanceadas. Como a vivência com o câncer de mama aumenta o estresse, é comum ocorrer o desequilíbrio dessas necessidades. Sendo assim, a paciente de câncer geralmente vive uma “montanha-russa de emoções” do começo ao fim do tratamento.
A promoção da alegria e da esperança é essencial para enfrentar esse período turbulento. O pensamento otimista ajuda a manter o bom humor ou, pelo menos, previne que o estado emocional se transforme drasticamente. Dessa forma, a depressão, o esgotamento e a ansiedade também são prevenidos.
Como cuidar da saúde mental durante o tratamento
Embora você não tenha controle sobre a patologia em si, pode controlar como cuida da sua saúde mental e física. O cuidado com esses fatores fará uma grande diferença durante o tratamento. Você vai se sentir melhor e cultivar a tão necessária esperança.
As dicas abaixo foram separadas com o intuito de ajudá-la a cuidar da mente enquanto enfrenta essa fase desafiadora de sua vida.
1. Aceite a sua condição
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como a forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças da vida, bem como a maneira que organiza emoções e ideias. Logo, para cuidar da saúde mental durante o tratamento do câncer de mama, é preciso aceitar a súbita transformação da sua vida.
Muitas preocupações podem assaltar a sua mente quando o médico lhe der a notícia. Apesar de ser saudável não reprimi-las, você tampouco precisa abraçá-las. Aceite que está doente, que levará uma vida diferente, que o seu corpo pode mudar, e que tudo é parte do processo de cura. Fica mais fácil lidar com momentos difíceis quando você os aceita.
2. Pratique atividades físicas
A prática de atividades físicas, orientada por um médico, ajuda a manter o corpo em movimento, a conhecer pessoas novas e a obter a sensação de bem-estar. A liberação de hormônios, como a endorfina, pode ajudar a controlar as oscilações de humor. Peça a opinião do seu médico antes de iniciar qualquer atividade.
3. Cuide da sua autoestima
A queda de cabelos provocada pela quimioterapia e a remoção das mamas podem ser muito impactantes. Você pode deixar de gostar do seu corpo, reconhecer a sua individualidade e evitar ter intimidades com seu parceiro.
Para aliviar as sensações ruins, você pode novamente praticar a aceitação e dedicar atenção à sua nova aparência da mesma maneira que antes. Não desista de passar maquiagem, usar perfume e vestir-se conforme o seu estilo pessoal. Listar os seus atributos fortes também pode ajudá-la a recuperar a autoestima.
No caso do relacionamento, caso tenha muita dificuldade para se sentir à vontade com a pessoa amada, procure a terapia de casal para que ambos encontrem um consenso.
Mesmo pacientes que não passaram por essas situações podem sofrer com a baixa autoestima. Veja este período como uma oportunidade para aceitar o seu corpo e quem você é independente da situação.
4. Peça apoio de pessoas queridas
Quando precisar conversar ou afastar a solidão, ligue para alguém de confiança. Compartilhe os seus sentimentos e expectativas. Se precisar de ajuda no dia a dia, seja para cuidar dos filhos ou fazer serviço doméstico, peça. Naturalmente, familiares e amigos próximos vão oferecer apoio a você. Este carinho é fundamental para encarar o tratamento de câncer de mama de cabeça erguida.
Se não tiver muitas pessoas com quem contar, procure grupos de apoio presenciais e online para encontrar mulheres com o mesmo diagnóstico. Geralmente, eles são encontrados em hospitais ou instituições de saúde.
5. Pratique a autorreflexão
Aproveite os momentos de introspecção para refletir. Adversidades como o enfrentamento de uma doença são propícias para gerar reflexões e provocar mudanças significativas na vida das pessoas.
Avalie os seus objetivos e aspirações e como está o progresso até eles. Há algo que você deseja fazer e que caiu no esquecimento devido à correria diária? Como andam os seus relacionamentos? Existe alguma coisa que você gostaria de dizer para alguém? Você está feliz consigo mesma?
Outros benefícios da autorreflexão são a compreensão de sentimentos complexos e o autoconhecimento. Você pode descobrir características de sua personalidade, sonhos adormecidos e fortalecer a resiliência através dessa autoanálise.
6. Mantenha contato com os amigos
Você pode sentir-se incapaz e sem importância devido à sua condição de saúde. A fraqueza e o cansaço podem preveni-la de frequentar eventos sociais, passar tempo de qualidade com os filhos e concluir tarefas consideradas simples.
Essas crenças desagradáveis são consideradas pensamentos intrusivos. Eles causam ansiedade e a fazem acreditar em inverdades. Não tire conclusões sobre como outra pessoa se sente ou pensa, pois é muito provável que elas sejam precipitadas.
O contato social deve ser mantido. Nessa circunstância, o afastamento dos amigos e dos familiares pode causar depressão mais facilmente. Portanto, convide as pessoas queridas para fazer uma refeição em sua casa ou para participar de um programa tranquilo. Encontre motivos para sair de casa ou convidar alguém para fazer lhe companhia.
7. Faça terapia
A terapia é um excelente complemento para o tratamento tradicional do câncer de mama, sobretudo, se houver modificações corporais. Você pode experimentar sentimentos difíceis de compreender, ou não conseguir controlar o estresse e a ansiedade.
O período dedicado ao cuidado da sua mente junto com o psicólogo pode aliviar tensões acumuladas desde o momento do diagnóstico. Ele é voltado para a expressão de receios, questionamentos e expectativas, sem censuras. De fato, é mais saudável externalizá-los em voz alta do que guardá-los dentro de você, ou recorrer a meios prejudiciais de autoexpressão.
O psicólogo pode ajudá-la a retomar o equilíbrio emocional e psicológico, extremamente necessário para enfrentar o câncer de mama. Aproveite o clima de autocuidado do Outubro Rosa para pensar tanto em sua saúde física quanto na mental.
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Autor: psicologa Natalia Queiroz Nunes de Oliveira - CRP 06/117294Formação: Especialista em TCC - Terapia Cognitiva Comportamental, com foco em terapia individual para adultos, terapia de casal e demandas como ansiedade, conflitos conjugais, estresse, depressão e carreira. Com formação em Inteligência Emocional, cursa especialização em…